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A hora da agilidade na comunicação

Por Fabiana Ramos, CEO da PinePR


O uso de metodologias ágeis, como os OKRs, dá mais autonomia para as equipes e aumenta as possibilidades de inovação e bons resultados



O movimento Agile vem ocupando espaços nas mais diversas áreas de negócios, criando oportunidades de desenvolvimento acelerado, empoderamento das equipes e mais inovação. Embora sua origem esteja ligada ao desenvolvimento de produtos, hoje o uso de metodologias ágeis é uma exigência de mercado e uma necessidade estratégica. Até mesmo no setor de comunicação.


Uma ferramenta que considero essencial são os OKRs – Objective and Key Results. Com ela, é possível criar metas estratégicas mensuráveis para o negócio, definindo objetivos ambiciosos e resultados palpáveis, que possam ser acompanhados e perseguidos por todos na empresa. Quando uma agência de comunicação como a Pineapple Hub ou um cliente implementa os OKRs, ela não está apenas definindo uma meta, e sim criando uma estrutura para que as equipes persigam as metas e cheguem aos resultados desejados.


Isso faz com que os OKRs sejam uma estratégia para amadurecer as equipes e gerar mais resultados de longo prazo. Quando as equipes trabalham em OKRs, elas têm a liberdade de determinar como irão chegar aos resultados desejados. Isso libera a criatividade dos colaboradores, aumenta sua motivação e comprometimento com o negócio, cria o “senso de dono” e estimula a inovação. Ao mesmo tempo, reduz problemas como a falta de confiança nas equipes, a transparência na definição de metas e a desconexão entre as metas e o trabalho do dia a dia.


Valorize o empreendedorismo interno


Em agências de comunicação e nas atividades de marketing em geral, os modelos tradicionais de gestão criavam “enxugadores de gelo”, desestimulando a inovação e premiando a conformidade a padrões. O problema é que o cenário atual da comunicação pune pesadamente empresas que se limitam ao básico.


Imagine que sua equipe tem a missão de criar a maior exposição possível para seu cliente. Há não muito tempo, isso significava ter um bom relacionamento com as principais redações, apresentar seu cliente para o maior número possível de jornalistas e “cavar” pautas em que ele pudesse participar. Com o enxugamento das redações, o crescimento dos influencers digitais e o aumento dos canais próprios de comunicação (como podcasts, YouTube, blogs e redes sociais), uma abordagem tradicional perde efetividade.


Para identificar as oportunidades, não basta ter um conhecimento amplo das mídias digitais, já que o mundo dos influencers se modifica rapidamente. Planejamentos tradicionais, rígidos, tendem a ficar obsoletos rapidamente. É preciso estabelecer aonde se quer chegar: o caminho se faz enquanto ele é percorrido.


E, para que seja percorrido, precisa estimular a criação de soluções. O profissional que está na linha de frente, atendendo o cliente e buscando oportunidades de colocá-lo na mídia, precisa ser criativo para enxergar oportunidades além do básico. Será que não faria mais sentido promover um webinar ou fazer um podcast para dar mais tempo de exposição à marca? Será que a estratégia da marca com o mercado não pede soluções de comunicação “fora da caixa”? Cada caso é um caso, e só obtém boas respostas quem está focado em entregar mais resultados para o cliente – independente de qual seja a forma.


Como fazer os OKRs funcionarem na comunicação

Implementar OKRs em uma empresa não é plug and play: sem uma mudança cultural, nada vai acontecer. Isso porque os OKRs estimulam a empresa a dar liberdade às equipes, e negócios com uma gestão centralizadora não conseguem oferecer essa autonomia.


Uma gestão ágil só funciona se estiver alicerçada nos seguintes pontos:


1 - Líderes que compram a ideia


Um dos grandes benefícios dos OKRs é o aumento da transparência, já que os objetivos-chave do negócio passam a ser visíveis pelas equipes. E quanto mais transparência se tem, mais as equipes percebem que podem ter “espírito de dono”, abraçar projetos como se fossem seus e propor inovações.


Quando os OKRs são implantados em áreas isoladas da empresa, até é possível ter somente o apoio do líder local. Em áreas como a comunicação, porém, o próprio CEO e os porta-vozes da empresa precisam comprar a ideia: haverá muita experimentação e o planejamento parecerá “solto”. E é assim mesmo, já que o que mais importa é chegar ao resultado – e não como se chega lá.


Se a alta liderança da empresa não abraça a mentalidade ágil, o movimento da área de comunicação em direção aos OKRs terá impacto limitado. E essa é uma lição que vale para empresas de qualquer setor: quanto mais estratégica for a atividade que adotar metodologias ágeis, maior precisa ser o engajamento dos executivos nesse modelo de gestão.



2 - Envolva todo o time


É natural que algumas pessoas na empresa abracem os OKRs logo de saída, enquanto outras sejam mais resistentes. Um pouco de ceticismo em relação a mudanças culturais é positivo, já que a ideia não é jogar fora o que está funcionando, e sim encontrar novas maneiras de obter sucesso.


Para envolver toda a equipe nos OKRs, a empresa precisa deixar claro qual é a razão para adotar a metodologia. Existem vantagens claras, como dar visibilidade a cada um dentro da estrutura corporativa, mas se isso não for explicado, o sistema não irá funcionar. Quando cada um entende o que está ganhando com a mudança, a adoção ganha velocidade.



3 - Descubra o que funciona para você


Existem empresas que implementam OKRs de uma única vez em todo o negócio, enquanto outras fazem um piloto em uma área e depois avançam. Outras, por fim, criam um cronograma mais rígido, mostrando que a mudança é inevitável. Tudo depende da segurança da direção a respeito da metodologia e da disposição em mudar. Não há certo ou errado. Errado é não fazer.

Seja qual for o modelo, lembre-se de seguir os passos anteriores. Sem envolver a liderança e explicar para o time a razão das mudanças, nenhum modelo gera resultados.



4 - Respeite o processo


OKRs não são uma peça que se instala e pronto, tudo passa a funcionar diferente. É um processo que leva tempo, gera idas e vindas e pode ser frustrante em alguns momentos. O importante é ter em vista o que se quer para o negócio e os benefícios que serão colhidos lá na frente. Crie um cronograma e avance para cumpri-lo. Desenvolva as métricas, com base nos insights das equipes, dê liberdade para execução e então obtenha os resultados. Isso não acontece da noite para o dia.


5 - Não complique


A principal razão para os OKRs terem virado a ferramenta de gestão básica de empresas como Google, LinkedIn e Magazine Luiza é sua simplicidade. Em poucos minutos, é possível fazer as equipes entenderem o que é OKR e como funciona. Com isso, todo mundo é capaz de usar o sistema.


Mantenha essa simplicidade. Temos a mania de achar que soluções mirabolantes geram melhores resultados, mas com frequência elas só geram mais confusão. Crie as linhas mestras e libere cada profissional do time para encontrar a melhor forma de alcançar os resultados. Como gestor, você precisa estar mais focado na linha de chegada do que no caminho percorrido.


O uso de metodologias ágeis tem ultrapassado fronteiras. Agora é a vez da comunicação das empresas dar mais autonomia às suas equipes e estimular a inovação para lidar com as transformações do mercado e entregar mais resultados.

 
Fabiana Ramos, CEO da PinePR

Fabiana Ramos é a CEO da PinePR. Responsável, principalmente, pela expansão comercial da agência e pelo avanço da oferta de produtos e serviços. Ela tem a missão de colocar em prática as decisões tomadas no conselho administrativo da empresa, reforçar o posicionamento da PinePR como referência no mercado e garantir a melhor experiência para os clientes

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