A força de sermos como os nossos clientes

por | 10/11/2021 | Comunicação

No cinema e na televisão, o jornalismo costuma ser retratado como uma fogueira das vaidades, em que existe uma intensa competitividade interna, um forte individualismo e uma busca incessante por aquela reportagem que transforma o jornalista em um astro. Esse retrato não é sem motivo: muitas vezes, existe uma enorme competição interna e há intensas rivalidades. Essa, porém, não é nem de longe a melhor forma de trabalhar.

Especialmente quando estamos “do lado de cá” do balcão. A assessoria de comunicação é uma ponte entre veículos que precisam de conteúdo e empresas que têm boas histórias a contar. Com a pluralidade de formatos de comunicação existentes hoje, e com a velocidade em que novas ondas surgem, nosso trabalho precisa ser mais e mais colaborativo, integrado e em equipe.

No passado, o ideal do assessor de imprensa que tinha ideias excelentes, conhecia todo mundo e fazia perfeitamente o matchmaking entre veículo e cliente até pode ter existido (o que, pessoalmente, acho uma possibilidade bem remota). Mas, olhando para a frente, esse modelo tem chance zero de sucesso.

O mundo da comunicação é grande e complexo demais para que alguém faça tudo sozinho. E quanto antes as agências derem voz a todo mundo no time, melhor.

Na Pineapple Hub, uma das nossas forças está na horizontalidade da equipe e nos diferentes perfis, vivências e experiências dos profissionais que integram o time. Pessoas com origens e histórias de vida diferentes conseguem ter visões muito diferentes sobre os clientes, os veículos de comunicação e as diferentes possibilidades de produção de conteúdo.

 

Ameaça ou oportunidade?

 

Nossa equipe conta com profissionais de diferentes gerações, que consomem informação em diferentes canais, do TikTok ao jornalão. São pessoas de diferentes lugares do País, de classes sociais diferentes, variadas visões de mundo e experiências de vida bem diversificadas. Além disso, fugimos de propósito de uma estrutura muito hierarquizada: todo mundo trabalha junto e se ajuda, com foco sempre em entregar melhores soluções para os clientes.

Atuar nesse modelo pode representar uma oportunidade maravilhosa ou uma ameaça gigantesca, dependendo de como você encara isso:

  • Oportunidade: uma troca intensa de ideias entre pessoas de diferentes origens e experiências amplia os horizontes e permite identificar possibilidades de encaixar o cliente em formatos que uma pessoa não veria sozinha.

  • Oportunidade: é natural que, no dia a dia, as pessoas se acomodem nos modelos e formatos que já conhecem e que sabem que geram resultados. Um ambiente colaborativo gera novas ideias e incentiva a busca por possibilidades diferentes.

  • Oportunidade: outra consequência positiva é a possibilidade de experimentar mais e, com isso, ampliar o repertório.

  • Ameaça: processos colaborativos têm a tendência de se tornarem menos assertivos se alguém não mata a bola no peito e resolve agir. É preciso abrir espaço para ideias, mas em algum momento priorizar, tomar decisões e passar a executar.

  • Ameaça: modelos colaborativos só funcionam se a cultura do negócio permitir que eles aconteçam. E isso depende, principalmente, da liderança, que precisa se acostumar a ouvir mais do que fala e a aceitar que suas ideias nem sempre são tão boas assim.

 

O papel da liderança

 

A liderança tem um papel fundamental para fomentar esses diversos olhares que ajudam a inovar e criar ações, pautas e projetos que saem do lugar comum e entregam mais resultados para os clientes. Se a transformação não começar de cima, a mudança não chega a lugar algum.

Quando os líderes acreditam no crescimento compartilhado, aumenta a abertura para sugestões, erros e para a “propriedade compartilhada” das ideias. Assim, se uma ideia pode gerar resultados para o cliente, não importa se veio de um dos sócios ou do estagiário. O que importa é que o cliente obtenha visibilidade e, com isso, aumente seus resultados.

Para que isso aconteça, é preciso ser transparente. No nosso caso, optamos por compartilhar o mailing, estudos de mercado, pesquisas, tendências, oportunidades e buscar ativamente novas formas de fazer o que fazemos. A razão é clara: o mundo da comunicação se transformou completamente nos últimos anos, e atuar como há uma década é garantia de fracasso.

Durante as reuniões internas de troca de ideias, em que falamos de nossos clientes e das pautas que queremos desenvolver, muitas vezes percebo que fico calado, ouvindo uma pessoa recém-chegada ao time, e me pego pensando “será que esse negócio de TikTok vai funcionar para o cliente?” ou “como vamos fazer o cliente topar uma ideia dessas?”. O mais interessante é que, em muitos dos nossos clientes, essa mesma discussão acontece do lado de lá…

Sem dúvida, trabalhar com dezenas de startups é uma vantagem para empresas como a nossa, que buscam um sistema de trabalho colaborativo. Não somente falamos a língua dos nossos clientes, mas nos comportamos como eles. Isso ajuda na cultura, que passa a buscar ideias de todos os lugares; nos processos ágeis de trabalho; e no entendimento do momento e das dores dos clientes. Porque, muitas vezes, estamos vivendo as mesmas dores: será que essa abordagem vai funcionar? Que dados temos para comprovar ou refutar essa hipótese? Será que o fit entre essa abordagem, o cliente e o mercado é a melhor possível?

 

Essa postura também é um exercício de humildade. Especialmente para os mais velhos do time, que vivenciaram ambientes mais hierarquizados e experimentaram a cultura do “faça o que eu estou mandando” e “manda quem pode, obedece quem tem juízo”. Na hora de mandar, descobrimos que a realidade é outra: “faça boas perguntas em vez de ter boas respostas”, “aprenda com quem tem metade da sua idade”. E isso é muito bom! O mundo está se transformando tão rápido que ninguém consegue mais dar conta de tudo.

 

A grande sabedoria dos líderes e dos negócios está em saber misturar bem as experiências de todos para encontrar mais respostas e testar mais possibilidades.

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